Flávio Bolsonaro rechaça versão de Valdemar Costa Neto sobre recurso para cassar Moro (2024)

O PL “não deve se igualar” ao PT e precisa desistir da ofensiva judicial pela cassação do senador Sergio Moro (União Brasil–PR). Essa é a avaliação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ao opinar sobre as ações movidas pelo PT de Lula e pelo PL de Jair Bolsonaro contra o ex-juiz federal da Lava-Jato por abuso de poder econômico, caixa 2 e uso indevido dos meios de comunicação nas eleições de 2022.

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A posição de Flávio vai contra a do presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, que afirmou que, em caso de desistir da ação, o PL teria que desembolsar R$ 1,2 milhão para remunerar o escritório de advocacia que cuida da causa.

“Isso, infelizmente, não para de pé. Isso é uma justificativa que todo mundo sabe que não existe. Com advogado, você renegocia o prazo para fazer o pagamento, honra o contrato que foi feito com esses advogados, e o PL tem condições de fazer isso”, disse Flávio à equipe da coluna.

Na semana passada, Moro foi absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) por 5 a 2, mas o caso vai para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde vão chegar os recursos pela cassação.

Ao repórter Gabriel Sabóia, Valdemar afirmou que, embora queira atender ao pedido do clã Bolsonaro de desistir da ação contra Moro, qualquer gesto nesse sentido pode esbarrar em um entrave financeiro.

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“Então (a insistência em entrar com recurso pela cassação de Moro) passa a impressão de algum fato estranho, que ninguém sabe qual é, com essa insistência de o PL ter que recorrer a uma questão de vida ou morte, até porque o resultado na prática é indiferente, já que a ação vai subir para o TSE de qualquer forma, em função do recurso do PT. Acho que nós não temos que nos igualar ao PT nessa pauta”, completou Flávio.

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Conforme informou a colunista Bela Megale, auxiliares de Bolsonaro avaliam que a postura de Valdemar de seguir com a ação contra Moro é um gesto ao Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente à ala da Corte que se opõe à Lava-Jato e tem o senador como desafeto.

Filho “zero um” de Bolsonaro, Flávio diz que já conversou com o tema com o próprio Valdemar e com Paulo Martins, o ex-deputado federal que foi derrotado por Moro e acabou em segundo lugar na disputa por uma vaga no Senado. Martins pretende disputar a cadeira de Moro caso o TSE decida pela cassação.

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“Por ele (Paulo Martins) não tem problema nenhum de não recorrer. É um gesto político importante que o PL pode fazer”, frisou Flávio.

“Mas independente disso, o advogado (do PL na ação, Bruno Cristaldi) está fazendo o trabalho dele. E mais, se há uma orientação partidária que tem que ser seguida, a orientação partidária é que o PL não recorra, essa é a orientação do presidente Bolsonaro.”

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Para Flávio, não há fundamento jurídico para cassar Moro. O PT de Lula e o PL de Jair Bolsonaro alegam que a exposição e os recursos de Moro na fracassada pré-campanha para a Presidência da República deram a ele uma vantagem indevida na campanha para o Senado Federal.

No julgamento do TRE do Paraná, essa tese foi abraçada apenas por dois desembargadores: José Rodrigo Sade e Julio Jacob Junior. Ambos, aliás, indicados por Lula.

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“É um precedente ruim e passa a impressão para a população que só se persegue políticos que são de alguma forma mais ligados ao Bolsonaro”, comenta Flávio.

Além de PT e do PL, o Ministério Público Eleitoral – que se posicionou a favor da cassação e da inelegibilidade de Moro – também pode entrar com recurso pela perda de mandato do senador. Procurada pela equipe da coluna, a assessoria do MPF no Paraná se limitou a dizer que “não há, por ora, informações adicionais a serem comunicadas à imprensa”.

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O acórdão com o resultado do julgamento de Moro será publicado nesta quinta-feira (18), informou o TRE do Paraná.

Só após a publicação do acórdão, é que se abre o prazo de três dias para que as partes – PT e PL – e o MP Eleitoral apresentem seus recursos contra a decisão do tribunal.

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